quinta-feira, novembro 17, 2005


A Fábrica

Confesso que hoje abri esta folha em branco sem uma única ideia do que iria escrever, sem a explosão de outros momentos em delirio ou o sarcasmo de um ou outro momento sem delirio.
Deixei-a em branco algum tempo... e comecei-me a lembrar de uma festa que está a acontecer agora... é passada numa simulação de uma fábrica de sonhos... com pompa e circunstância...
Lentamente lembrei-me de outra... a "Fábrica dos Sonhos", uma fábrica, agora parada, de uma velha amiga... E essa criadora de sonhos escreveu-me um dia, há já alguns anos, um texto que não entendi na altura... Mas que fez sentido há bem pouco tempo... talvez vos sirva também... como ela diria... "até pode ser que agora de nada te siva... mas talvez um dia te identifiques com isto..." :

"O Bom Combate é aquele que é travado em nome dos nossos sonhos. Quando eles explodem em nós com todo o seu vigor - na juventude - nós temos muita coragem, mas ainda não aprendemos a lutar. Depois de muito esforço, acabamos por aprender a lutar, e então já não temos a mesma coragem para combater. Por causa disso, voltamo-nos contra nós e combatemo-nos a nós mesmos, e passamos a ser o nosso pior inimigo.
Dizemos que os nossos sonhos eram infantis, difíceis de realizar, ou fruto do nosso desconhecimento das realidades da vida. Matamos os nossos sonhos porque temos medo de travar o bom combate."
Posso continuar...? Eu posso continuar... e tu sabes que podes parar assim que te apeteça...
E aprendi que existem 3 sintomas para nos apercebermos que estamos a matar os nossos sonhos:

"O primeiro sintoma de que estamos a matar os nossos sonhos é a falta de tempo (...) As pessoas que conheci na minha vida tinham sempre tempo para tudo. As que nada faziam estavam sempre cansadas, n não davam conta do pouco trabalho que tinham de realizar, e queixavam-se constantemente que o dia era curto demais. Na verdade, elas tinham medo de travar o Bom Combate."

"O segundo sintoma da morte dos nossos sonhos são as nossas certezas. Porque não queremos olhar a vida como uma grande aventura a ser vivida, passamos a julgar-nos sábios, justos e correctos no pouco que pedimos da existência."

"Finalmente, o terceiro sintoma da morte dos nossos sonhos é a Paz. A vida passa a ser uma tarde de Domingo, sem nos pedir grandes coisas, e sem exigir mais do que queremos dar." "Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz (...) temos um pequeno período de tranquilidade.
Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós, e a infestar todo o ambiente em que vivemos. Começamos a tornar-nos crúeis com aqueles que nos cercam, e finalmente passamos a dirigir esta crueldade contra nós mesmos. Surgem as doenças e as psicoses. O que queriamos evitar no combate a decepção e a derrota - passa a ser o único legado da cobardia. E um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos tornam o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, a morte que nos livre das nossas certezas, das nossas ocupações, e daquela terrível paz das tardes de Domingo."
E por fim...
" A única maneira de salvarmos os nossos sonhos, é sermos generosos com nós mesmos. Qualquer tentativa de autopunição - por mais subtil que seja, deve ser tratada com rigor. Para saber quando estamos a ser crúeis connosco, temos que transformar em dor física qualquer tentativa de dor espiritual: como culpa, remorso, indecisão, cobardia. Transformando uma dor espiritual em dor física, saberemos o mal que ela pode causar-nos."

Fim!

São algumas páginas de um livro de Paulo Coelho.
Faz sentido?

"Força... muita força... para seguir em frente neste caminho... onde o cume é a Felicidade e o troféu é um sorriso e uma grande lição de vida..."

escrito por Rogério Junior às 22:20.


Sobre mim

Tenho 21 anos. Escrevo por gosto e por necessidade. Acredito nos sonhos e tenho alguns. Sou apaixonado pela Vida e pela Arte. Já escrevi poemas, canções e algumas palavras presas. Escrevo momentos. Alguns em delirio. Nunca editei um livro.

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