quarta-feira, novembro 16, 2005


Viver Mata

Estava eu nas minhas deambulações nocturnas, com o pensamento a mil como de costume, quando dei por mim sentado num banco de jardim, cigarro em riste, perna cruzada e olhar pensativo a reflectir sobre o maço de cigarros pousado ao meu lado. Lê-se "Fumar Mata". Esqueceram-se foi do asterisco, para escrever em letras menos garrafais "Viver Mata". Não quero com isto dizer para se começar a fumar, assim como se começa a viver. Nada disso!
Viver mata, é verdade, pois sabemos à partida qual o nosso destino, o fim. Mas mais que isso, viver mata aos poucos. Mata alguns sonhos e algumas esperanças, mata alguns pensamentos e outras tantas palavras, mata acções e inércias. Viver é matar digamos. Pois sem essas pequenas mortes nunca avançariamos, seriamos um estorvo a nós próprios com uma montanha de lixo psicológico dentro de nós. Assim como a memória se quer vasta mas selectiva, também a vida se quer vivida e assassina. Não entremos em estremismos, caracteristicos da palavra assassina, mas encaremos essa palavra de forma leve, assim como os pequenos assassinatos que temos de fazer a nós próprios para conseguirmos mudar.
Quantas vezes oprimimos uma opinião para não ferir alguma suscetibilidade à mesma? Não é matar um pouco da nossa personalidade nesse momento?
Quantas vezes calámos um sentimento para não nos magoarmos? Não é matar um pouco do que é mais nosso?
Existem tantos exemplos... mas a idéia está dada... Podemos chamar-lhe o que quisermos, crescimento, evolução, herança genética, defeito, qualidade. A verdade é que quando estamos a optar, em algo que só nós podemos controlar, estamos a fechar, a matar o outro caminho... e a vida é feita de caminhos e de assassinatos... que esses... esses são feitos por nós e para nós... até ao fim certo. Viver Mata!

escrito por Rogério Junior às 01:10.


Sobre mim

Tenho 21 anos. Escrevo por gosto e por necessidade. Acredito nos sonhos e tenho alguns. Sou apaixonado pela Vida e pela Arte. Já escrevi poemas, canções e algumas palavras presas. Escrevo momentos. Alguns em delirio. Nunca editei um livro.

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