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quinta-feira, novembro 24, 2005 o meu suposto futuro? Atravessava eu a cidade pela noite como é habitual, num taxi, amarelo, decrepito, silencioso, que rasgava a avenida a uma velocidade estonteante. Silêncio esse quebrado por umas palavras roucas - Vamos muito depressa? - Mal sabia o acelerado condutor que o meu pensamento ía muito mais veloz que o pobre carro... Pensamento esse que se fez notar em todo o dia, como se pedisse, meigamente, para sair... Conheci uma pessoa ontem que se assemelhava muito a um possivel futuro meu, se é que me faço entender. É daquelas pessoas que se costuma dizer - ninguém a topa à distância - tal é a estranheza da capa que ostenta no dia a dia. E a essas pessoas gosto de dar uma oportunidade, de tentar perceber se o interior é igual ao exterior ou se algo interessa... Fui estranhamente surpreendido, e aí é que o comecei a colocar como um possivel futuro meu. Um individuo culto e com algum bom gosto, tanto musical como de vestir. Algo diferente do normal é certo, com uma presença um pouco distante mas marcante. Apercebi-me num determinado momento que poderia aprofundar um pouco da sua vivência... assim foi. Era uma pessoa marcada pela vida, que a certa altura descobriu que todos nós temos a ilusão de sermos especiais, de marcar o mundo com as nossas idéias, com a nossa forma de ser e estar, de um dia sermos uma peça marcante da sociedade em que vivemos... Mas descobriu também que nem todos são especiais, que a nossa vida não é o centro do mundo, que sonhos perdidos todos nós temos, e que mais vale enfrentar a realidade como ela é... Sermos apenas mais um. Não originamos a sociedade, não fazemos que o mundo se mova conforme queremos. Apenas nos movimentamos como Ele quer... e acabou por se deixar sucumbir nessa idéia... E acabei por perceber que se nada mudasse esse era o meu futuro... Acordar um dia e descobrir que lutei toda a vida para ser O alguém e acabei por ser apenas UM alguém! E é esse futuro que eu não quero para mim... Que misturar-me com a multidão é optimo mas só enquanto temos o controlo de podermos sair desse marasmo quando quisermos... Como diz um amigo meu (pessoa entendida no assunto, digamos) é possivel ver o futuro nas linhas da mão, e que essas mudam a cada seis meses. Então é altura de começar um desses ciclos de seis meses e mudar a minha vida, bastante mais fácil enquanto somos jovens, para que seja possivel estruturar o destino e os sonhos de forma a não cair no fácil, no banal, na mistura da sociedade sem controlo. Quantas vezes nos passa um hipotético futuro pela frente e nós sem perceber conversamos com ele, sentimos pena, dissertamos, sentimos compaixão e seguimos em frente? Nunca nenhum de vós alguma vez se interrogou que daqui a uns tempos poderá outro alguém fazer o mesmo connosco? É tempo de voar, de pousar, de reflectir, de avançar, de mudar, de esperar, de tentar, de procurar... de arriscar... escrito por Rogério Junior às 22:12. |
Sobre mim Tenho 21 anos. Escrevo por gosto e por necessidade. Acredito nos sonhos e tenho alguns. Sou apaixonado pela Vida e pela Arte. Já escrevi poemas, canções e algumas palavras presas. Escrevo momentos. Alguns em delirio. Nunca editei um livro. Outros devaneios Momentos que leio
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